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Foto do escritorUnicamp Esclarece Covid19

Vitamina D e COVID-19

Convidamos a Profa. Regina Maria Innocencio Ruscalleda da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP para esclarecer algumas dúvidas sobre a Vitamina D e o Covid-19


Qual a importância da Vitamina D no nosso corpo?


A vitamina D representa um pró-hormônio esteroide lipossolúvel com funções endócrinas, parácrinas e autócrinas. Sua principal função consiste em controlar os níveis de cálcio na corrente sanguínea, por meio da absorção intestinal deste mineral e do fósforo, da mobilização do cálcio a partir do osso na presença do PTH, e do aumento da absorção renal de cálcio, regulando, assim, o metabolismo ósseo.

Além disso, a vitamina D regula tanto a resposta imunológica inata quanto a adaptativa. É possível que a vitamina D atue na indução de melhor defesa contra agentes bacterianos e virais, por meio da estimulação de peptídeos antimicrobianos, como β2-defensina e catelicidina. Exerce também ações sobre o controle da autoimunidade induzida principalmente pelas células T, em particular as Th1.


Vitamina D realmente previne do corona vírus?


A OMS declarou a SARS-CoV-2 uma pandemia global em 2020. Ilie e colaboradores aventaram a hipótese de uma possível associação entre os 7 níveis médios de vitamina D em 20 países europeus e morbidade e mortalidade causadas por COVID-19 em abril de 2020.

Foram incluídos no estudo 27868 indivíduos acometidos e 1608 óbitos. Obtiveram correlações negativas entre os níveis médios de vitamina D em cada país, o número de casos COVID-19/por milhão de habitantes e mortalidade/por milhão de habitantes. Os níveis de vitamina D apresentaram-se muito reduzidos na população em envelhecimento, especialmente na Espanha, Itália e Suíça. Este representou, também, o grupo mais vulnerável em relação ao COVID-19. Os autores sugeriram estudos específicos sobre os níveis de vitamina D em pacientes com COVID19 e diferentes graus de gravidade da doença. Maghbooli e colaboradores17 realizaram estudo transversal com a base de dados do hospital Sina, em Teerã, Irã, com 235 pacientes infectados com COVID-19, maiores de 18 anos. Entre eles, 74% apresentaram infecção grave por COVID-19 e 32,8% níveis séricos de vitamina D suficiente.

Após o ajuste dos níveis séricos de vitamina D, houve uma associação significativa entre a suficiência de vitamina D e reduções da gravidade clínica e dos níveis séricos de proteína C reativa (PCR) e um aumento na porcentagem de linfócitos. Apenas 9,7% dos pacientes com mais de 40 anos que apresentaram concentrações de vitamina D suficientes sucumbiram à infecção, em comparação com 20% daqueles que apresentaram nível circulante de 25 (OH) D <30 ng / ml. es).

Desta forma, há evidências científicas que a vitamina D exerça funções relacionadas à resposta imune, as quais poderiam associar-se a menores índices quer de infecção quer de doença ou evolução grave relacionadas ao SARS-CoV- 2. Entretanto, há necessidade de estudos mais amplos, multicêntricos e internacionais para confirmação ou não destes resultados a nível mundial.


Quais alimentos devo consumir para fortalecer a imunidade?


A imunidade adequada resulta de hábitos alimentares e de estilo de vida que colaboram para a saúde como um todo. Ingesta de alimentação balanceada, com proteínas, carboidratos, lipídios, frutas, legumes, além hidratação, sono reparador, hábitos de higiene, realização de atividades físicas adaptadas segundo idade e gênero permitem funcionamento adequado do organismo.

Além, disso, conciliar tempo para o trabalho e lazer são fundamentais para 9 manutenção da saúde física e mental. Consultas médicas periódicas, realização de exames de prevenção são fundamentais para manutenção da saúde, e portanto, da imunidade. Esta também apresentará modificações com a idade ou a ocorrência de diversas doenças e uso de certos medicamentos. A exposição ao sol, orientada por médico, também se torna relevante para manutenção do status de vitamina D, associada à ingesta de alimentos de origens vegetal e animal que contenham, respectivamente vitaminas D2 e D3, ou ainda de cereais enriquecidos com estes precursores. Assim também, a inclusão de alimentos que contenham cálcio, ou ainda, suplementação oral se necessário, para manutenção das necessidades diárias deste mineral. Caso haja contraindicação médica à exposição solar ou o indivíduo não consiga realizá-la de forma suficiente, poderá ser realizada a suplementação de vitamina D, sob orientação médica.


Confira abaixo o estudo completo que a profa. Regina realizou

Profa. Dra. Regina Maria Innocencio Ruscalleda

Departamento de Clínica Médica/FCM/Unicamp

E-mail: reginain@fcm.unicamp.br

Facebook: Regina Ruscalleda




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